Em grupo ou individualmente, os esportes realizados em contato com o verde fazem bem tanto para a saúde física como para a mental. Mais do que a possibilidade de se exercitar, os espaços ao ar livre proporcionam um benefício adicional: o do convívio social. Ouvir o barulho dos pássaros, sentir a brisa natural e olhar para o céu azul são outras vantagens que a psicóloga e especialista em gerenciamento do estresse Ana Maria Rossi, diretora da Clínica de Stress e Biofeedback, em Porto Alegre, vê ao praticar uma atividade em áreas externas. Há 27 anos, Ana Maria deu início ao projeto Yoga na Praça, na Encol, com aulas gratuitas e abertas a qualquer interessado. Em 2004, a partir de um convite do Hospital Moinhos de Vento, a ação passou a acontecer no Parcão. Todos os domingos, a menos que chova, é possível encontrar a especialista repassando seus conhecimentos no recanto Boulevard. “Em dias de sol, reunimos até 50 participantes para trabalhar a respiração, a concentração e o equilíbrio em harmonia com a natureza do entorno”, comenta. Ana Maria acrescenta que o bom de estar no parque é que muitas pessoas que estão passeando ou caminhando veem o grupo e decidem fazer yoga também.
Faça frio ou calor, César Augusto Schmitz Guerra pode ser visto correndo pelo Parcão. Passados mais de 20 anos, o gosto pela atividade física, feita duas vezes por dia, não diminui. Mesmo morando no Centro Histórico, é no parque no Moinhos de Vento que ele prefere fazer o seu esporte individualmente. “Ao invés de ficar em um clube fechado, corro ao ar livre, em contato com a natureza, respirando ar puro e pegando sol e vitamina D”, aponta o profissional autônomo. Para ele, o exercício, além de desopilar e deixá-lo mais relaxado e feliz, é uma oportunidade para encontrar os conhecidos. “É uma coisa social também, uma chance de me relacionar com as pessoas”, afirma. Atualmente, Guerra faz cerca de 20 km diariamente, mas o começo não foi fácil assim: demandou muita determinação e a aposta em hábitos saudáveis e na aposentadoria de outros que não faziam tão bem.
A mudança teve início a partir de um acidente grave de moto. Na época, em 1997, ele pesava 170 kg, e os socorristas não conseguiram colocá-lo na ambulância. Recuperado, decidiu procurar uma nutricionista e fazer hidroginástica para ganhar condicionamento e emagrecer. Com 30 kg a menos, passou a caminhar no Parcão e, na sequência, conseguiu correr pela primeira vez por 30 minutos. “E me senti muito bem!”, recorda. Desde então, Guerra, que perdeu no total 100kg, não parou mais e vem incentivando outras pessoas que querem adotar a atividade. “Tem que ser persistente e fazer da corrida algo habitual”, conclui.
Fonte: Melnick Even Magazine – Interna Projetos Editoriais
Jornalista: Tatiana Gappmayer